Nas eleições legislativas de Portugal, realizadas neste último domingo, a coligação de centro-direita, Aliança Democrática (AD), liderada pelo Partido Social Democrata (PSD), emergiu vitoriosa por uma margem estreita frente ao Partido Socialista (PS). Este pleito também foi marcado pela notável ascensão do partido de extrema direita Chega, que viu o número de seus assentos parlamentares potencialmente triplicar, posicionando-se como a terceira força mais votada.
Com a apuração quase completa, a Aliança Democrática alcançou a liderança, mas sem obter maioria absoluta no Parlamento, que é composto por 230 deputados. Até o momento, foram confirmados 226 deputados, com a seguinte distribuição entre os principais partidos:
- Aliança Democrática (AD): 79 deputados, um leve aumento em relação à soma dos partidos que agora formam a coligação.
- Partido Socialista (PS): 77 deputados, uma queda significativa dos 120 assentos anteriormente detidos.
- Chega: 48 deputados, um expressivo salto dos 12 assentos anteriores.
O cenário evidencia uma alteração no panorama político português, com o Chega consolidando sua presença no Parlamento. As eleições ocorreram em um contexto de instabilidade política, antecipadas pela renúncia do ex-primeiro-ministro António Costa, em meio a investigações de corrupção que posteriormente se revelaram um equívoco.
A possibilidade de formação de governo pela AD passa agora pela necessidade de alianças, com especulações sobre uma possível coligação com o Chega. O PS, por sua vez, enfrenta dificuldades para formar um governo de coalizão, mesmo com o apoio de outros partidos de esquerda.
Os resultados eleitorais refletem uma divisão política, com a AD obtendo 29,54% dos votos, seguida pelo PS com 28,66% e pelo Chega com 18,05%. A eleição teve uma taxa de abstenção de aproximadamente 33%, abaixo da média de votações anteriores, indicando um interesse elevado do eleitorado neste pleito.
Portugal, que até recentemente se destacava pela estabilidade governamental, vivenciou uma mudança dramática no cenário político, influenciada por escândalos de corrupção envolvendo partidos tradicionais e pela ascensão de novas forças políticas, como o Chega. Essa transformação aponta para um período de realinhamento e negociações complexas na política portuguesa, com implicações significativas para o futuro do país no contexto europeu.