
Gol Obtém Permissão Judicial nos EUA para Investigar Conduta da Latam na Aquisição de Aviões
Um tribunal norte-americano concedeu à Gol Linhas Aéreas autorização para proceder com uma investigação sobre a Latam Airlines, acusada pela companhia brasileira de tentar adquirir indevidamente suas aeronaves Boeing 737 durante o processo de recuperação judicial da Gol.
Segundo alegações da Gol, a Latam, com sede no Chile, estaria tentando se beneficiar da vulnerabilidade financeira da empresa brasileira, buscando não apenas as aeronaves, mas também contratando seus pilotos e influenciando agentes de viagem a não realizar reservas com a Gol.
Durante uma audiência em Manhattan, Andrew Leblanc, advogado da Gol, expressou ao juiz Martin Glenn, responsável pelo caso de falências nos EUA, a necessidade de investigar se as ações da Latam constituem violação à legislação de falências do país.
O juiz determinou que a Latam entregue documentos relevantes à Gol e disponibilize três executivos para serem entrevistados pelos advogados da empresa brasileira, para esclarecer tentativas recentes de adquirir mais aeronaves de lessores que atualmente possuem contratos de leasing com a Gol.
Glenn destacou como improvável a coincidência da Latam iniciar suas tentativas de aquisição logo após o anúncio da recuperação judicial da Gol, apesar das afirmações de Kyle Ortiz, advogado da Latam, de que a busca por aeronaves Boeing 737 e 737 Max não estava exclusivamente atrelada à situação da Gol, mas sim a uma necessidade maior da empresa.
O pedido da Gol para explorar um anúncio recente da Latam, que buscava pilotos no Brasil com qualificação para operar Boeings, foi negado pelo juiz Glenn, por falta de evidências de que a Latam tenha abordado especificamente pilotos da Gol.
O processo de recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos foi iniciado em 25 de janeiro, em meio a desafios trazidos pela pandemia da Covid-19 e dificuldades em obter aeronaves Boeing 737 Max para atender ao aumento da demanda. A produção da Boeing enfrentou interrupções significativas nos últimos anos, incluindo uma pausa em 2020 após dois acidentes fatais e um incidente recente durante um voo.