PF apura encontros de Bolsonaro na embaixada húngara em Brasília
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A Polícia Federal está investigando as visitas que Jair Bolsonaro recebeu enquanto se encontrava hospedado na Embaixada da Hungria, em Brasília, durante fevereiro. Há suspeitas de que o ex-presidente possa ter utilizado a sede diplomática para encontros com aliados, contrariando restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O foco da investigação está nos dias que Bolsonaro passou na embaixada, de 12 a 14 de fevereiro, com base em relatos e vídeos de segurança divulgados pelo The New York Times. Nestes registros, Bolsonaro aparece recebendo pelo menos uma visita não identificada, que permaneceu por cerca de 38 minutos.

Esta visita aconteceu num momento em que Bolsonaro enfrentava investigações por supostas tentativas de subverter a ordem democrática. A legislação internacional protege as embaixadas de intervenções locais, o que colocaria Bolsonaro a salvo de possíveis ações judiciais enquanto estivesse dentro da representação húngara.

A relação próxima entre Bolsonaro e o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, é conhecida, especialmente após um encontro entre os dois em dezembro, durante a posse de Javier Milei em Buenos Aires.

A revelação destes encontros motivou pedidos por parte de parlamentares pela prisão preventiva de Bolsonaro, ação que levou o ministro Alexandre de Moraes a exigir explicações do ex-presidente sobre sua estadia na embaixada.

Este caso revive o debate sobre asilo político e prisão preventiva, lembrando uma situação anterior envolvendo o ex-deputado Daniel Silveira, cujos pedidos de asilo foram considerados por Moraes como justificativa para manter a prisão preventiva.

Ainda não houve resposta por parte de Bolsonaro ou sua defesa sobre estas investigações, enquanto a tensão política em torno destes eventos continua a crescer.