Japão perde posição de terceira maior economia mundial

Após um período de recessão marcado por dois trimestres consecutivos de contração econômica, o Japão cedeu seu posto de terceira maior economia mundial para a Alemanha. A contração de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) japonês nos últimos três meses de 2023, somada a uma retração de 3,3% no trimestre anterior, desencadeou a queda na classificação global.

Essa mudança surpreendeu até os especialistas, que esperavam um crescimento de mais de 1% para o período. O Fundo Monetário Internacional (FMI) já apontava a possibilidade dessa alteração no ranking econômico, baseando-se na avaliação do dólar americano.

1. Desvalorização do Iene: A moeda japonesa, o iene, experimentou uma desvalorização significativa em relação ao dólar americano, impactando negativamente a economia. Essa flutuação cambial, apesar de favorecer temporariamente as exportações japonesas, contribuiu para a queda no ranking econômico global. A recuperação do valor do iene poderia, segundo analistas, restaurar a posição do Japão.

2. Declínio na Demanda Doméstica: O Japão enfrentou um declínio na demanda interna, refletido na redução do consumo privado e dos gastos de capital. Esse arrefecimento é atribuído ao aumento do custo de vida e a condições climáticas adversas, que desestimularam gastos em setores como alimentação fora do lar e vestuário de inverno.

3. Desafios Demográficos: O envelhecimento populacional permanece como um dos maiores obstáculos para a economia japonesa. Com uma proporção significativa da população com 65 anos ou mais, o Japão enfrenta desafios em sustentar sua força de trabalho e atender às necessidades de uma população idosa crescente.

Apesar desses desafios, o Japão registrou um crescimento econômico de 1,9% em 2023. Contudo, a surpreendente ascensão da Alemanha como terceira maior economia mundial acendeu um sinal de alerta para a necessidade de reformas estruturais e de estímulo ao crescimento econômico no Japão.

O ministro da Economia japonês, Yoshitaka Shindo, enfatizou a importância de promover aumentos salariais e reformas para garantir um desenvolvimento econômico duradouro baseado na demanda interna. Enquanto isso, projeções do FMI sugerem que a Índia poderá superar tanto o Japão quanto a Alemanha em termos econômicos nos próximos anos, impulsionada por sua população jovem em crescimento.