
O Grupo Casas Bahia divulgou neste último domingo (29) que está iniciando um processo de recuperação extrajudicial, envolvendo dívidas financeiras que totalizam R$ 4,1 bilhões. Essa medida visa estender o prazo e ajustar as taxas de juros para melhorar as condições de pagamento.
Conforme os termos revisados do acordo, o grupo estendeu o prazo de pagamento da dívida para até 72 meses (6 anos), enquanto o período para pagamento dos juros e do principal foi ajustado para 24 e 30 meses, respectivamente. A renegociação inclui uma alteração nas taxas de juros, que agora serão atreladas ao CDI, adicionando um acréscimo que varia entre 1% e 1,5% ao ano. Anteriormente, a dívida deveria ser quitada em 22 meses, com taxas de juros significativamente mais altas.
Adicionalmente, o plano oferece aos credores financeiros a opção de converter parte de seus créditos em ações da empresa, uma estratégia que poderia diluir o impacto do endividamento sobre o fluxo de caixa e potencialmente alinhar os interesses dos credores com os da empresa.
Este plano de recuperação extrajudicial não se aplica às outras obrigações da companhia, como as dívidas operacionais com fornecedores e parceiros, que serão mantidas e pagas nos prazos estabelecidos, assegurando a continuidade das operações comerciais.
A reestruturação da dívida faz parte de um plano de transformação mais amplo iniciado em agosto do ano passado, que incluiu o fechamento de até 100 lojas e a demissão de mais de 6 mil funcionários, além de reorientar o foco do sortimento dos produtos para itens de maior rentabilidade nas lojas físicas e deslocar produtos de menor lucratividade para o marketplace.
A Casas Bahia estima que as mudanças no perfil da dívida proporcionarão uma melhoria significativa no fluxo de caixa, projetando um aumento de R$ 4,3 bilhões nos próximos quatro anos, com R$ 1,5 bilhão previsto para 2024. A empresa acredita que as novas condições de dívida melhorarão a perspectiva de crédito e aumentarão a flexibilidade nas relações com fornecedores, seguradoras e futuros credores, proporcionando maior proteção contra as volatilidades do mercado.
Renato Franklin, presidente da Casas Bahia, expressou otimismo com o plano, enfatizando o compromisso da liderança em continuar focando na eficiência operacional e na rentabilidade, mantendo uma gestão rigorosa do capital empregado.






