Argentina limita entrada de brasileiros sob acusação de falso turismo

Medidas restritivas afetam estudantes brasileiros na Argentina sob governo de Javier Milei

A gestão de Javier Milei na Argentina impõe restrições à entrada de estrangeiros, afetando diretamente brasileiros que buscam educação gratuita nas universidades públicas argentinas. Apesar do histórico de acolhimento, que levou cerca de 10 mil estudantes brasileiros às instituições de ensino superior argentinas, segundo o Itamaraty, recentes episódios de recusa de entrada no país sob alegação de "falsos turistas" têm se intensificado.

Relatos emergem de brasileiros impedidos de ingressar na Argentina ao chegar ao aeroporto de Buenos Aires, sendo obrigados a retornar ao Brasil. Tais medidas contrastam com acordos bilaterais e do Mercosul vigentes desde 2004 e 2009, respectivamente, que facilitam a circulação e estabelecimento de cidadãos dos países membros, incluindo o direito de permanência por até 180 dias e a possibilidade de iniciar processos de residência.

Um caso emblemático é o de Natália (nome alterado para preservar a identidade), que, ao desembarcar em Buenos Aires com o objetivo de iniciar sua graduação em Artes, foi barrada pelos agentes de migração. Apesar de portar todos os documentos necessários, incluindo matrícula universitária e comprovantes de acomodação, Natália foi forçada a retornar ao Brasil, descrevendo a experiência como humilhante e frustrante.

A Argentina, reconhecida por sua educação de qualidade acessível a estrangeiros, especialmente em cursos como Medicina na Universidade de Buenos Aires, enfrenta críticas por essas ações restritivas. Tais políticas colocam em xeque a tradição de abertura e cooperação educacional entre Brasil e Argentina, refletindo um momento de tensão e reavaliação das políticas migratórias sob a nova administração argentina.