
Desde o dia 14 de fevereiro, Rogério Mendonça e Deibson Nascimento, fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, continuam desaparecidos, marcando o primeiro episódio de fuga no sistema penitenciário federal desde sua fundação em 2006. A dupla conseguiu escapar ao fazer um buraco atrás de uma luminária e cortar cercas de arame, com auxílio de ferramentas provenientes de uma obra no local.
A busca, que já dura um mês, mobilizou recursos avançados, como helicópteros, drones e cães farejadores, além de mais de 600 agentes da Força Nacional e equipes especializadas da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. As operações se concentraram nas áreas rurais próximas ao presídio, localizado entre Mossoró e Baraúna, perto da fronteira com o Ceará.
Durante a fuga, os criminosos invadiram residências e fizeram uma família refém. Informações da Polícia Federal indicam que uma facção criminosa facilitou a fuga, pagando R$ 5 mil a um fazendeiro que abrigou os fugitivos.
Cronologia da Fuga e da Busca
- 14 de Fevereiro: Os fugitivos invadem uma casa, levando itens pessoais.
- 16 de Fevereiro: Vestígios como roupas e pegadas são encontrados; a polícia descobre a camiseta de um dos presidiários.
- 24 de Fevereiro: Identificado um esconderijo usado pelos fugitivos.
- 29 de Fevereiro: Agricultores avistam dois homens em Baraúna, confirmados como os fugitivos.
- 3 de Março: Último avistamento dos fugitivos em Baraúna após invadirem galpões agrícolas.
Além das buscas, a fuga desencadeou uma série de ações administrativas, incluindo o afastamento do diretor do presídio e o reforço da segurança. A fuga levantou questionamentos sobre a segurança nas penitenciárias federais e motivou o governo a transferir presos ligados a facções criminosas.
Rogério Mendonça e Deibson Nascimento, ligados ao Comando Vermelho, estavam na penitenciária desde setembro de 2023, após serem transferidos devido à participação em uma rebelião no Acre.
A complexidade da fuga, que envolveu a remoção de luminárias e o uso de sabonete e papel higiênico para camuflar buracos, bem como a subsequente operação de busca, evidencia os desafios enfrentados pelo sistema penitenciário brasileiro no combate à criminalidade e na gestão de instalações de segurança máxima.